segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Sobre o amor

Então, sem entender muito o que acontecia, ela perguntou-lhe:
- Por que você é assim, sempre vive tão intensamente os amores dos outros, mas sempre esquece de fazer nascer o seu?

Ele, abaixando a cabeça, com os olhos fixados no buraco que se abria embaixo dos seus pés, respondeu:
- É que certas pessoas nascem com capacidade para certas coisas, outras não. É isso, eu não nasci com essa capacidade, de fazer nascer o meu próprio amor, de amar o meu próprio amor, esse sentimento que fere, arranca sangue, mas que no final faz centenas de borboletas dançarem no peito. As minhas borboletas dançam em outros corações.

Você tem medo de amar? Perguntou ela:

- Eu tenho medo é de perder a esperança de um dia amar. O amor sufoca, a esperança alimenta a vida.
Disse ele, com os olhos brilhando muito, como se houvesse lembrado que um dia já tivera amado alguém. Com o mesmo brilho nos olhos, ele continuou:
- Mas não pense que sou um fracassado, não, é só uma falta de vocação. Pois da mesma maneira, há pessoas que não nasceram para certas coisas para as quais eu nasci. Há pessoas que não sabem abraçar. E a minha capacidade está em um dos verbos mais vitais. Eu nasci para abraçar.

Um comentário:

alesangela disse...

Lindo, lindo, lindo...eu amei esse poema....muito bom mesmo...

Parabéns meu querido!!!! Suas palavras que são consequencias(boas)do seu talento, com certeza fazem bem e alegram o coração de muitas pessoas.

VC EH ESPECIAL!!!!!!!!!